Câmara aprova isenção de Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil. (e o que você precisa fazer agora)

A proposta aprovada pela Câmara pode isentar milhões do IR — mas exige planejamento. Entenda quem será beneficiado, as implicações e como aproveitar essa mudança ao seu favor.

Saint'Clair

8/3/20255 min read

1. Introdução

Na sessão desta quarta-feira (1º de outubro de 2025), a Câmara dos Deputados aprovou o texto-base do Projeto de Lei 1.087/2025, que prevê isenção do Imposto de Renda para pessoas físicas com renda mensal de até R$ 5 mil, além de descontos para quem ganha até R$ 7.350.

Se for aprovado no Senado e sancionado, a medida pode beneficiar mais de 26,6 milhões de contribuintes no país.

Mas antes de comemorar — e sair gastando ou investindo achando que “chegou a riqueza” — é importante entender quem entra nessa isenção, o que isso realmente muda no seu orçamento, e o que você deve fazer para se preparar.

2. O que a proposta prevê

  • Atualmente, a isenção é para quem ganha até R$ 3.036. Com a mudança, a faixa subiria para R$ 5.000, com desconto fiscal que leve o imposto a zero para essa faixa.

  • Para quem ganha entre R$ 5.000,01 até R$ 7.350, será aplicado um desconto de até R$ 978,62.

  • A previsão é que esse benefício comece a valer em 2026.

  • O custo estimado da renúncia fiscal é de cerca de R$ 25,8 bilhões para os cofres públicos, compensado por tributação de pessoas com renda anual maior (alíquota progressiva de até 10%) e outras medidas.

  • A proposta ainda precisa ser aprovada no Senado e sancionada pelo presidente para entrar em vigor.

3. Quem será beneficiado — e quem não

Beneficiados diretos

  • Quem ganha até R$ 5.000 mensais terá isenção total do IR.

  • Quem está entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350 receberá desconto no imposto, reduzindo o valor pago.

  • Segundo o governo, serão beneficiados mais de 26 milhões de pessoas.

Atenção: quem não será beneficiado tão fortemente

  • Pessoas com renda superior a R$ 7.350 continuarão pagando IR, possivelmente com elevação de tributos em outros segmentos (como lucros e dividendos).

  • Quem já paga pouca alíquota pode não ver grande diferença imediata, principalmente se tiver muitas deduções ou despesas que já reduzem sua base de cálculo.

4. Impacto macroeconômico e riscos fiscais

  • A estimativa de renúncia fiscal para aprovar a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil gira em torno de R$ 25 a 27 bilhões por ano.

  • Essa perda de arrecadação exige compensações para que o governo não rompa o equilíbrio fiscal. Algumas das estratégias previstas são:
      • Taxação mínima obrigatória para quem ganha acima de faixas elevadas (por exemplo, obrigar quem ganha muito a pagar ao menos uma alíquota de 10 %)
      • Tributação de lucros e dividendos: o projeto já avança com regras que tendem a tributar dividendos de empresas e lucros que antes eram isentos ou pouco tributados.

  • Esse tipo de compensação é polêmico: pode gerar reações de quem é fortemente impactado, e legislações mais rígidas podem frear investimentos ou gerar êxodo de capitais.

  • Alguns setores empresariais alertam para o risco de elevação da carga tributária total no país, o que pode afetar competitividade, investimentos e crescimento econômico.

5. Quem pagará por isso? A classe “super-rica” e ajustes tributários

  • O PL prevê que boa parte da compensação da renúncia venha dos contribuintes com rendas muito altas.

  • A ideia é que essas pessoas sejam obrigadas a pagar alíquota mínima, mesmo com deduções, para reduzir “brechas” que uso para minimizar tributos.

  • Há pressão para tributar ainda mais fortemente lucros e dividendos, que muitas vezes não são tributados no nível mais alto hoje.

  • Também se fala em ajustar a progressividade do imposto de renda, revisando alíquotas máximas para quem ganha acima de determinados tetos.

6. Efeito sobre desigualdade e poder de compra

  • A isenção ampliada tem o potencial de aumentar o poder de compra de milhões de pessoas com renda média ou baixa — eventualmente estimulando consumo, principalmente em bens de necessidade.

  • Há quem avalie que esse tipo de medida pode estimular a economia de forma “keynesiana” no curto prazo, ao despejar mais renda no mercado.

  • Mas o efeito depende da inflação: se essa injeção de recursos for mal coordenada, pode gerar pressão inflacionária, corroer ganhos nominais e reduzir o benefício real da isenção.

  • Outro fator: o “efeito psicológico” pode levar a aumento do endividamento se as pessoas não tiverem educação financeira para usar esses recursos de forma consciente.

7. Emendas e debates no projeto

  • Já foram apresentadas dezenas de emendas ao PL 1.087/2025 para modificar faixas, ajustar compensações ou tributar mais faixas altas.

  • A comissão especial da Câmara já aprovou o relatório que eleva a faixa de isenção e institui tributação de lucros e dividendos.

  • A proposta final ainda precisa passar pelo Plenário da Câmara e, depois, pelo Senado para virar lei.

8. Situação internacional / comparativos

  • Em muitos países, isenções ou faixas mais amplas de imposto de renda para classes médias são usadas como forma de mitigar desigualdades e estimular crescimento.

  • Por outro lado, esses países costumam ter tributos alternativos (sobre consumo, patrimônio, herança) para compensar.

9. O que o cidadão deve fazer agora

  • Continue acompanhando a tramitação do PL no Senado: o texto final pode sofrer mudanças importantes.

  • Simule quanto você deixaria de pagar de imposto com essa isenção para sua faixa salarial.

  • Use o ganho potencial com estratégia: pague dívidas caras, fortaleça reserva de emergência, comece a investir.

  • Prepare-se para mudanças futuras: mesmo para quem ganhe acima da faixa de isenção, novas tributações podem atingir lucros e dividendos.

10. O impacto prático no seu bolso

Menos imposto = mais margem de manobra financeira

  • A isenção libera recursos que hoje vão para impostos — dinheiro que pode ser usado para quitar dívidas, investir ou formar reserva.

  • Porém, apenas a isenção não resolve se você já está com o orçamento apertado ou com dívidas elevadas.

  • Quem não planejar pode gastar o “alívio fiscal” e continuar no sufoco.

É uma oportunidade, não solução mágica

  • Use esse espaço financeiro para organizar, investir ou pagar dívidas prioritárias.

  • Faça um plano claro com propósito.

  • Mantenha controle financeiro (mesmo com isenção), para evitar surpresas futuras se a lei mudar.

11. O que fazer agora

  1. Simule seu imposto atual para saber quanto você pagaria e quanto economizaria.

  2. Reajuste seu orçamento considerando esse possível ganho extra.

  3. Defina prioridades: pagar dívidas mais caras, investir ou criar reserva de emergência.

  4. Eduque-se: essa mudança exige que você saiba como usar bem esse “fôlego fiscal”.

  5. Fique atento ao Senado: a aprovação ainda não é definitiva.

12. Conclusão

Se você quer aproveitar cada centavo desse possível benefício de forma inteligente, transforme essa oportunidade em resultado real.

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